Itadakimasu 3! A Comida, Família e Comunidade Nikkei

Crônicas Nikkeis #11
Itadakimasu 3! A Comida, Família e Comunidade Nikkei

O tema da 11ª edição das Crônicas Nikkeis—Itadakimasu 3! A Comida, Família e Comunidade Nikkei—aborda algumas perguntas, entre as quais: Como os pratos que você come servem para conectar a sua comunidade nikkei? Que tipos de receitas nikkeis foram passadas de geração em geração? Qual é o seu prato japonês e/ou nikkei favorito?

O Descubra Nikkei solicitou histórias relacionadas à comida nikkei de maio a setembro de 2022. A votação foi encerrada em 31 de outubro de 2022. Recebemos 15 histórias (1 em português, 8 em inglês, 6 em espanhol e 1 em japonês) do Brasil, Canadá, Peru e Estados Unidos, sendo que uma delas foi enviada em vários idiomas.

Agradecemos a todos que enviaram as suas histórias Itadakimasu 3!.

Pedimos ao nosso comitê editorial que selecionasse as suas histórias favoritas. Nossa comunidade Nima-kai também votou nas histórias que gostaram. Aqui estão as suas escolhidas!


A Favorita do Comitê Editorial

Português | Inglês | Espanhol | Japonês

Português:

  • Comidas nipo-brasileiras: culinária japonesa com toque brasileiro
    Por Meiry Mayumi Onohara

    Comentário de Telma Shiraishi
    Adorei o relato da Meiry, falando sobre suas memórias—tanto de comidas quanto de hábitos que foram herdados de sua família.

    O que se destaca é a fusão de receitas e ingredientes, criando novos sabores e que nos dão uma boa visão da história e do núcleo familiar em torno desse eixo. Minha parte preferida é quando ela fala do feijão tipicamente brasileiro que leva algas japonesas na receita. Eu mesma testarei essa combinação a próxima vez que cozinhar feijão em casa.

    Além de referências a influências da cultura pop que ajudam a aumentar o interesse pelos pratos japoneses, ela passeia pelas combinações inusitadas que o sushi brasileiro assume, com muito estilo livre na reinterpretação das receitas que atravessaram o mundo. Meiry passeia também pela diversidade de ingredientes brasileiros, muitos dos quais cultivados pelos japoneses nessas terras, os quais possibilitam tanta variedade de novas combinações.

    A memória mais afetiva envolve os bentôs—sabor de viagem e de lembranças da batian, materializadas nas caixinhas de metal.

    Sabor de família e de uma identidade única, forjada entre dois mundos.

Inglês:

  • Alimento para a Mente – TikTok & Tamagoyaki
    Por Kyra Karatsu

    Comentário de Gil Asakawa
    Adorei todos os artigos em inglês da série Itadakimasu 3! por diversas razões. Mas o meu favorito dentre os artigos enviados foi “Alimento para a Mente – TikTok & Tamagoyaki”, um ensaio da estudante de jornalismo Kyra Karatsu, publicado originalmente no Rafu Shimpo [jornal nipo-americano baseado em Los Angeles] em junho de 2022. Ela é uma yonsei nipo-alemã que escreveu uma série de perspicazes histórias para o Descubra Nikkei sobre o seu senso de identidade, família, cultura e história japonesa que valem muito a pena ler e absorver.

    No seu texto, Karatsu escreve sobre a afinidade da sua geração com as redes sociais, especialmente o TikTok, cujos vídeos podem viralizar incrivelmente. Ela observa que tem apenas alguns seguidores do seu conteúdo e explica que a sua postagem mais vista é um vídeo de um minuto no qual ela e o seu pai fazem tamagoyaki; o vídeo recebeu somente 2.000 visualizações (número irrisório para os padrões dos mais famosos criadores de conteúdo), mas contou com comentários super entusiasmados desses espectadores.

    Ela reconhece que o vídeo acabou recebendo uma grande quantidade de comentários positivos, mas cita alguns dos sentimentos negativos e concebe o seu ensaio sobre a comida ao incorporar elementos da atual onda de preconceito anti-asiático, escrevendo: “A Internet gera uma nova categoria de maldade, a qual pode ser digitada sem ser dita.”

    A franqueza e clareza de Karatsu fazem com que este artigo sobre a alegria de preparar tamagoyaki (e de não ser fã de natto ou sekihan) se transforme numa intrigante ponderação sobre a tecnologia moderna e a justiça social. Ela terá uma ótima carreira como jornalista e pensadora cultural, o que é uma expectativa empolgante para a comunidade nikkei.

    Só para constar, eu adoro sekihan e natto… e, é claro, tamagoyaki!

Espanhol :

  • Nantu, o mochi de Uchina
    Por Roberto Oshiro Teruya

    Comentário de Javier García Wong-Kit
    Escolhi este artigo porque encontrei nele uma valiosa contribuição do ponto de vista histórico, familiar e científico. Através deste prato essencial da cozinha japonesa e nikkei, é possível entender a importância da alimentação no processo migratório, especialmente dos japoneses na América Latina e das suas origens na ilha de Okinawa. Acho que podemos aprender muito lendo esta história, não apenas sobre o Japão, mas também sobre o que está acontecendo no Peru; além disso, temos a chance de se informar sobre a união da comunidade nikkei por meio das suas tradições, e do valor que pode ter a preservação dos costumes ao se iniciar um negócio familiar – como muitos dos que existem entre os nikkeis do mundo.

Japonês :

  • A comunicação de diferentes culturas através do sushi
    Por Keiko Fukuda

    Comentário de Masayuki Fukasawa
    Certa vez, perguntei a um sushiman recém-chegado do Japão o que achava dos Sushis diferentes dos tradicionais que estão se popularizando no Brasil. “Aquilo não é culinária japonesa e sim a cozinha da costa do Pacífico”—contestou ele imediatamente.

    Penso que é uma experiência nunca imaginada como sendo em um outro país, pois aqui há “temakerias”—especializadas em temaki—, um tipo de restaurante de Sushi que não existe no Japão, e consta que um brasileiro levou a ideia para a Itália e expandiu os negócios por lá.

    A costa brasileira não é banhada por correntes marítimas frias e, assim, quase não há ingredientes como peixes com teor de gordura, sendo necessário então adicionar cream cheese e molhos para reforçar o sabor dos Sushis. Como aqui não há ingredientes iguais aos do Japão, é preciso essa adaptação local.

    Eu acho que episódios como este têm seu valor, porque não só a culinária japonesa local, mas também as gerações mais antigas aprovando gradualmente as mudanças culturais por influência das gerações mais novas, são fatores que provocam uma mudança no modelo psicológico do imigrante.

    Assim como a culinária japonesa se transforma em países estrangeiros, as pessoas também mudam em ambientes diferentes. Pensando assim, se ficar longe do Japão por mais de 20 anos e morando num lugar de onde não se pode viajar com frequência, as mudanças vertiginosas que ocorrem na terra natal, na maioria das vezes, me deixam perplexo com o sentimento de que fui deixado para trás. O que muda não é somente o lado do imigrante—é isto que venho sentindo fortemente de uns tempos para cá.

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Comitê Editorial

Estamos profundamente gratos pela participação do nosso Comitê Editorial:

  • PORTUGUÊS
    Telma Shiraishi é chefe de cozinha do Restaurante Aizomê, onde a comida japonesa é servida com ingredientes brasileiros e japoneses, e também comanda uma unidade do Aizomê na Japan House de São Paulo. Seu estilo culinário é baseado numa combinação equilibrada de receitas quentes e frias com valores autenticamente japoneses, e ingredientes sazonais e locais. Telma também é responsável pela cozinha do Consulado do Japão em São Paulo, onde detém o título de “Japanese Cuisine Goodwill Ambassador”, concedido pelo governo japonês através do Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca. Telma é a primeira profissional brasileira e uma das poucas mulheres no mundo a receber a honraria.

  • INGLÊS 
    Gil Asakawa é jornalista, editor e especialista sobre a cultura, história e identidade nipo-americana e asiática-americana. Ele escreve no blog nikkeiview.com e é o autor de Being Japanese American [“O Que É Ser Nipo-Americano”]. Seu próximo livro, Tabemasho! Let’s Eat! A Tasty History of Japanese Food in America [“Tabemasho! Vamos Comer! Uma Deliciosa História sobre a Comida Japonesa na América”] será publicado em agosto de 2022. 
     

  • ESPANHOL
    Javier García Wong-Kit é jornalista, professor e diretor da revista Otros Tiempos. Autor de Tentaciones narrativas e De mis cuarenta, ele escreve para a Kaikan, a revista da Associação Peruana Japonesa. 

     

  • JAPONÊS
    Masayuki Fukasawa é jornalista e autor cujo foco é a comunidade nipo-brasileira. Seu livro, Um Mundo Paralelo, narra as suas experiências trabalhando com brasileiros numa fábrica em Oizumi-machi, na Prefeitura de Gunma no Japão em 1995. O livro recebeu o Prêmio Ushio de não-ficção em 1999. Ele também é o editor-chefe do Diário Brasil Nippou em São Paulo. 

Parceiros da comunidade

  • Asociación Peruano Japonesa

  • Asociación Peruano Japonesa A Asociación Peruano Japonesa (APJ—Associação Peruana Japonesa) é uma organização sem fins lucrativos que representa a comunidade nikkei peruana e as suas instituições. Fundada em 3 de novembro de 1917, a APJ preserva a memória dos imigrantes japoneses e seus descendentes, realiza atividades de promoção cultural e assistência social, e presta serviços de educação e saúde. A APJ também promove o intercâmbio cultural, científico e tecnológico entre o Peru e o Japão, fortalecendo as relações amistosas entre os dois países.
  • Centro Cultural e Comunitário Japonês de Washington

  • Centro Cultural e Comunitário Japonês de Washington O Centro Cultural e Comunitário Japonês de Washington (JCCCW—Japanese Cultural and Community Center of Washington) foi construído em 1913 por imigrantes japoneses para servir como um ponto de encontro para a comunidade e como uma escola de língua japonesa. Fundada em 1902 [em outra localização], a escola é a mais antiga instituição de ensino de língua japonesa em operação contínua nos Estados Unidos continental. O JCCCW apresenta exposições e oferece aulas e atividades para preservar e destacar a história e a cultura japonesa e nipo-americana.
  • JCI Brasil – Japão

  • JCI Brasil – Japão Com sede em São Paulo, o JCI Brasil – Japão é um capítulo local da Junior Chamber International (JCI), uma organização sem fins lucrativos formada por cidadãos ativos e abertos a novas ideias, à colaboração e à diversidade, e provenientes de todos os setores da sociedade. Os membros da JCI se preocupam com o futuro do mundo e se dedicam em criar um impacto nas suas comunidades.
  • Museu Nacional e Centro Cultural Nikkei

  • Museu Nacional e Centro Cultural Nikkei A missão do Museu Nacional e Centro Cultural Nikkei (NNMCC—Nikkei National Museum and Cultural Centre) é honrar, preservar e compartilhar a cultura japonesa e a história nipo-canadense para um Canadá melhor. Desde 22 de setembro de 2000, este espaço cultural oferece programas, exposições e eventos especiais. As coleções do NNMCC incluem mais de 2.600 objetos, 41.000 fotografias, 38 metros de registros textuais, 650 gravações de histórias orais e 156 bobinas de filmes de itens históricos e culturalmente importantes. Com a adição anual de novas histórias sobre famílias e comunidades, o Museu Nacional e Centro Cultural Nikkei garante que os legados dos indivíduos de ascendência japonesa no Canadá permanecerão vivos no futuro.

Agradecemos à Jay Horinouchi pelo design de nosso emblema do projeto, bem como aos nossos voluntários incríveis e parceiros que nos ajudaram a rever, editar, disponibilizar os arquivos online e a promover este projeto!

Aviso: Ao enviar a sua história, você concede permissão ao Descubra Nikkei e ao Museu Nacional Japonês Americano de postar o seu artigo e imagens no site DiscoverNikkei.org, como também possivelmente em outras publicações impressas ou online que sejam afiliadas a este projeto. Tal permissão inclui quaisquer traduções do seu trabalho relacionadas ao Descubra Nikkei. Você, o autor, retém os direitos autorais. Para maiores informações, leia os Termos de Serviço e a Política de Privacidade do Descubra Nikkei.