Entrevistas
Em busa de uma identidade (Espanhol)
(Espanhol) Houve uma época que eu queria ser músico. As letras e os ritmos sempre estiveram presentes na minha vida, mas acabei escolhendo filosofia para meus estudos acadêmicos na Universidade Católica ... Foi o que escolhi, mas logo depois descobri a cerâmica e acredito que foi aí que surgiu uma espécie de “memória paralela” com o Japão. Eu me lembro que o início da minha aprendizagem como ceramista começou com as aulas de dois grandes mestres: o britânico Bernard Leach e o japonês Hamada Shoji. Aprendi muito com eles, sobre a filosofia, o modo de vida do ceramista contemporâneo – que é baseado um pouco no modo de vida dos oleiros, dos artista anônimos, dos artesões anônimos. Eu diria que foi nesse momento que a cerâmica se tornou vital [para mim]; descobri uma conexão com o Japão, além de descobrir também uma relação com o passado pré-hispânico do país, do Peru. E acho que foi também nesse momento que surgiu a lembrança de alguém que nunca conheci: o meu avô Tanaka. O vovô Tanaka era o pai da minha mãe – Guillermo Shinichi Tanaka, que faleceu ainda bem jovem. Eu diria que ele virou uma figura importante que resolvi descobrir. A viagem ao Japão para me tornar aprendiz de um mestre japonês tradiconal, Tsukimura Masahiko, foi uma viagem de dois anos, 1979 e 80. Acho que fui atrás não apenas do trabalho como ceramista, mas também desta “memória familiar” – os ancestrais. Eu tinha realmente uma grande curiosidade de vir a conhecer a casa da minha família, a casa do vovô Tanaka.
Data: 7 de dezembro de 2007
Localização Geográfica: Lima, Peru
Entrevistado: Harumi Nako
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