Heróis Nikkeis: Pioneiros, Modelos e Inspirações

Crônicas Nikkeis #8
Heróis Nikkeis: Pioneiros, Modelos e Inspirações

A palavra “herói” pode ter significados diferentes para pessoas diferentes. Nesta série, exploramos a ideia de um herói nikkei e o que isso quer dizer para cada pessoa. Quem é o seu herói? Qual é a história dele? Como ele(a) influenciou sua identidade nikkei ou a conexão com sua herança cultural nikkei?

Aceitamos o envio de histórias de maio a setembro de 2019; a votação foi encerrada em 12 de novembro de 2019. Todas as 32 histórias (16 em inglês, 2 em japonês, 11 em espanhol, e 3 em português) foram recebidas da Austrália, Brasil, Canadá, Japão, México, Peru e Estados Unidos. Dezoito dessas submissões foram de colaboradores inéditos do Descubra Nikkei!

Muito obrigado a todos que enviaram suas histórias à série Heróis Nikkeis!

Nesta série, pedimos à nossa comunidade Nima-kai para votar nas suas histórias favoritas e ao nosso Comitê Editorial para escolher as suas favoritas. Aqui estão as favoritas!!

A favorita dos Nima-kai

Meu pai foi um resistente do Tule Lake
Por Keiko Moriyama


A Favorita do Comitê Editorial

Português | Inglês | Espanhol | Japonês

Português:

  • Miyoko Fujisaka, 95 anos – a nossa heroína
    Por Iraci Megumi Nagoshi

    Comentário de Andre Kondo
    A definição de herói geralmente é atribuída a personagens fictícios, alguns dotados de superpoderes, ou a uma pessoa que salva a outra sob circunstâncias de risco. As três histórias recebidas fogem de tal estereótipo, pautando-se em vidas de pessoas aparentemente comuns. Porém, é justamente por isso que os textos se tornam interessantes, por mostrarem que apenas viver com dignidade já pode ser considerado como um ato heroico.

    Cada texto apresentou qualidades, porém, a história selecionada nesta edição é a de Iraci Megumi Nagoshi, que narra a trajetória de vida de Miyoko Fujisaka. O texto biográfico acompanha uma linha cronológica bem construída, podendo até ser expandida para um livro, já que, em linhas gerais, o material é rico e interessante. Iraci não buscou malabarismos líricos com as palavras, apresentando um texto objetivo. Mesmo assim, a história emociona justamente por apresentar a vida de Miyoko da forma mais natural possível, sendo que a emoção se apresenta pela vida cotidiana (e heroica) dessa mulher.

    Além do mais, neste relato, os percalços presentes em narrativas heroicas se assemelham não apenas àquelas vividas por isseis, mas por imigrantes de outras nacionalidades, criando uma empatia universal durante a leitura. Ainda jovem, Miyoko torna-se viúva, com quatro filhos para criar. A partir daí acompanhamos a força dessa jovem mãe, que segue em frente com determinação inspiradora. Há que se observar que, em um tempo em que ser mulher implicava em dificuldades ainda maiores às enfrentadas atualmente, a senhora Fujisaka, ao lograr vencê-las, torna-se genuinamente uma heroína.

Inglês:

  • Mine Okubo
    Por Edna Horiuchi

    Comentário de Dan Kwong
    O ensaio de Edna Horiuchi sobre Mine Okubo me impressionou por várias razões: em primeiro lugar é a importância de jogar uma nova luz sobre uma extraordinária artista nissei e o seu pungente trabalho, Citizen 13660; em segundo, foi a jornada de exploração pessoal realizada pela própria Edna; e em terceiro, foi a feliz interseção destas duas no final do texto. Foi maravilhoso ler como a determinação de uma mulher inspirou uma outra, o que nos lembra que nunca sabemos como os nossos esforços criativos na vida poderão causar impacto em alguém, em algum lugar, algum dia.

    O apreço e o respeito de Edna pelas escolhas de Mine como uma artista mulher ressoaram fortemente em mim, pois fui criada por uma mãe nissei, Momo Nagano, que também teve que superar as tradicionais expectativas (e limitações) de ser mulher para realizar o desejo de ser artista.

    As histórias de Mine e Edna são sobre mulheres seguindo um caminho de autodescoberta e encontrando formas de compartilhá-lo com outras pessoas – Mine Okubo através da sua arte e literatura; Edna Horiuchi através do seu ativismo comunitário. Foi perfeito o fato delas terem entrado em contato.

Espanhol :

  • Meu Herói: Kiyoshi Kuwahara
    Por Fuyiko Kuwahara

    Comentário de Harumi Nako Fuentes
    As crônicas compartilhadas em resposta a este chamado nos permitiram conhecer incríveis personagens: alguns com maior reconhecimento na esfera pública; outros bastante anônimos – mas todos com histórias de vida que não deixam dúvida de que são heróis; mulheres e homens que serviram como inspiração e deixaram a sua marca.

    Esse é o caso de Kiyoshi Kuwahara, um imigrante japonês que chegou à cidade de Iquique, no Chile, no início da década de 1910 e cuja história nos é revelada pela sua neta Fuyiko. Através dela, descobrimos não apenas a pessoa que se tornou o seu “herói pessoal”, mas também todo o significado da busca pelas suas raízes que a levaram até Kumamoto, a terra do seu avô.

    O relato é informativo e ao mesmo tempo está repleto de nostalgia e ternura. Parte das recordações da infância até mais de 50 anos depois, quando a autora começa a fazer perguntas como aquelas de muitos outros descendentes de japoneses: “De onde veio o vovô? Por que ele fez o que fez?” O que ela aprendeu fez com que admirasse ainda mais aquele personagem cujos ensinamentos a acompanham até hoje.

Japonês :

  • Em busca de minhas raízes – Seguindo as pegadas de Matsugoro Ohto
    Por Naori Shiraishi

    Comentário de Masako Miki
    TExatamente 150 anos atrás, Matsugoro Ohto partiu do Japão rumo à Califórnia, onde foi um dos fundadores da Colônia Wakamatsu e os vestígios de sua trajetória é que Naori Shiraishi, uma de suas descendentes, relata neste ensaio. A vida de Matsugoro foi certamente plena de emoções, assim como o processo de pesquisa feita pela autora, o que fez com que eu sentisse pena que a leitura chegasse ao fim, ao mesmo tempo em que fui me envolvendo de tal forma que li com avidez a história.

    À medida que as pesquisas iam avançando, um fato levava a outro, tanto que fica evidente a alegria da autora ao descobrir algo novo e a emoção de ver o passado e o presente ligados de modo tão interessante. O encontro com as pessoas que ajudaram durante as pesquisas, a sensação festiva de perceber que o conhecimento, o ser humano, a sociedade, a História nunca estão separadas e existem porque há muitas pessoas envolvidas e a própria autora encontra-se dentro desse contexto. Trata-se de um ensaio que manifesta o que há de melhor no Discover Nikkei. Eu senti verdadeiramente que, contada desta maneira, a História é vivida novamente.

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Comitê Editorial

Estamos profundamente gratos pela participação do nosso Comitê Editorial:

  • Português
    Andre Kondo é nipo-brasileiro, autor de dez livros, incluindo O pequeno samurai (Menção Honrosa Prêmio João-de-Barro e finalista do Prêmio Jabuti), Contos do Sol Nascente (Prêmio Bunkyo) e Contos do Sol Renascente (Prêmio Humberto de Campos). Recebeu mais de 300 prêmios literários, possuindo textos traduzidos para o japonês. Pós-graduado pela University of Sydney, viajou por mais de 60 países em busca de inspiração para a sua escrita. Morou no Japão, visitando as suas quatro maiores ilhas. É editor da Telucazu Edições e vice-presidente da Nikkei Bungaku do Brasil/ANBLA. Vive de literatura.

  • Inglês
    Dan Kwong é um premiado artista multimídia/diretor/escritor que vem apresentando o seu trabalho tanto no país quanto no exterior desde 1989. O seu primeiro livro, DOS MUNDOS INTERNOS PARA O ESPAÇO SIDERAL: As Performances Multimídia de Dan Kwong, foi publicado em 2004, e a importância do seu trabalho é reconhecida em A History of Asian American Theatre (2006). Kwong se formou no School of the Art Institute de Chicago; além disso, ele é um Artista Residente e Mentor no 18th Street Arts Center e atua como Diretor Artístico Associado na Great Leap, uma organização multicultural de artes cênicas.

  • Espanhol
    Harumi Nako Fuentes
    é formada em Comunicação Social com ênfase em jornalismo pela Universidade de Lima. Ela trabalhou em instituições públicas e privadas – como professora, analista de imprensa, redatora e editora de diversas publicações. Também fez cursos de especialização em imagem e marketing e é diplomada em Gestão Cultural. Atualmente, ela atua como Gerente de Comunicações da Associação Peruana Japonesa (APJ), é editora da revista Kaikan, e pertence ao comitê editorial do Fundo Editorial da APJ.
     
  • Japonês
    Masako Miki é Oficial de Relações Externas (no idioma Japonês) do Museu Nacional Japonês Americano (JANM). Atendendo a comunidade de língua japonesa, ela é responsável pelo marketing, relações públicas, arrecadação de fundos e aprimoramento da experiência dos visitantes. Ela também trabalha como redatora freelancer, escritora e tradutora. Antes de se juntar à equipe do JANM, ela atuou como vice-redatora-chefe numa revista voltada para a comunidade japonesa de Los Angeles Lighthouse e como redatora de Gendaishi-techo, uma revista de poesia contemporânea no Japão.

Agradecemos à Jay Horinouchipelo design de nosso emblema do projeto Heróis Nikkeis, bem como aos nossos voluntários incríveis e parceiros que nos ajudaram a rever, editar, disponibilizar os arquivos online e a promover este projeto!

Aviso: Ao enviar a sua história, você concede permissão ao Descubra Nikkei e ao Museu Nacional Japonês Americano de postar o seu artigo e imagens no site DiscoverNikkei.org, como também possivelmente em outras publicações impressas ou online que sejam afiliadas a este projeto. Tal permissão inclui quaisquer traduções do seu trabalho relacionadas ao Descubra Nikkei. Você, o autor, retém os direitos autorais. Para maiores informações, leia os Termos de Serviço e a Política de Privacidade do Descubra Nikkei.